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PBE - Prática baseada em evidências

O que é PBE – Prática baseada em evidências?

Yoga e Neurociências | 28 set 2023 | Daniel De Nardi


O que é PBE – Prática baseada em evidências?

A Prática Baseada em Evidências (PBE) é uma abordagem na área da saúde que se concentra na tomada de decisões clínicas conscientes, informadas e embasadas em evidências clínicas de alta qualidade. Essa abordagem foi desenvolvida por David Sackett e seus colegas na década de 1990 e se tornou uma parte fundamental da prática médica moderna. No contexto da PBE, Herbert explica que a tomada de decisão clínica consciente implica em considerar ativamente as evidências clínicas disponíveis para orientar as escolhas de tratamento e cuidado de um paciente. Neste texto, vamos explorar o conceito de PBE, a definição de Herbert e o tripé da PBE.

Definição de Herbert: Tomada de decisão clínica consciente, baseada em evidências clínicas de alta qualidade

Para compreender a PBE, é importante analisar a definição de Herbert. Ela se desdobra em três componentes essenciais:

  1. Tomada de Decisão Clínica Consciente: Isso significa que os profissionais de saúde devem estar plenamente conscientes das decisões que estão tomando em relação ao cuidado de seus pacientes. Em vez de adotar uma abordagem arbitrária ou baseada em intuição, eles devem estar atentos a todas as opções disponíveis e avaliar as implicações de cada uma delas.
  2. Baseada em Evidências Clínicas de Alta Qualidade: A base da tomada de decisão clínica deve ser as evidências clínicas. Isso inclui informações obtidas a partir de estudos de pesquisa clínica bem conduzidos, que sejam confiáveis e relevantes para o caso em questão. A qualidade das evidências é fundamental para garantir que as decisões sejam sólidas e confiáveis.

Agora, vamos abordar o tripé da PBE, que é uma estrutura que descreve os três pilares principais dessa abordagem:

  1. Pesquisa Clínica de Alta Qualidade (O que fazer?): Este primeiro pilar da PBE diz respeito à obtenção e avaliação de evidências clínicas de alta qualidade. Envolve a realização de estudos clínicos bem projetados, como ensaios clínicos randomizados controlados e revisões sistemáticas, para responder a perguntas sobre a eficácia, segurança e efetividade de diferentes tratamentos e intervenções.
    • Ensaios Clínicos Randomizados Controlados (ECRC): São estudos em que os pacientes são randomizados em grupos de tratamento e controle, permitindo comparações mais precisas sobre os efeitos de uma intervenção.
    • Revisões Sistemáticas: São análises abrangentes que consolidam os resultados de múltiplos estudos sobre uma questão de pesquisa específica, fornecendo uma visão geral da evidência disponível.
    • Meta-análises: São uma forma avançada de revisão sistemática que combina dados de vários estudos para obter resultados estatisticamente mais poderosos.

    Ao realizar pesquisa clínica de alta qualidade, os profissionais de saúde podem responder a perguntas críticas sobre quais tratamentos funcionam melhor para diferentes condições e populações, contribuindo assim para a base de conhecimento em saúde.

  2. Conhecimento do Profissional (Como Fazer?): Este segundo pilar da PBE enfoca o papel dos profissionais de saúde na interpretação e aplicação das evidências clínicas em sua prática. Os profissionais devem estar bem treinados e atualizados sobre as últimas descobertas da pesquisa clínica. Isso envolve:
    • Habilidade na Avaliação de Evidências: Os profissionais devem ser capazes de avaliar criticamente as evidências disponíveis, considerando a qualidade dos estudos, a relevância para o paciente em questão e a consistência dos resultados.
    • Julgamento Clínico: Além de confiar nas evidências, os profissionais também devem aplicar seu julgamento clínico para adaptar as recomendações à situação específica do paciente, levando em consideração fatores como histórico médico, preferências e necessidades individuais.
    • Educação Continuada: A PBE incentiva os profissionais de saúde a se manterem atualizados por meio de educação contínua e participação em atividades de desenvolvimento profissional.

    Em suma, o conhecimento do profissional é fundamental para traduzir as evidências em decisões de tratamento adequadas e personalizadas para cada paciente.

  3. Preferências do Paciente (O Paciente Concorda?): O terceiro pilar da PBE reconhece a importância das preferências e valores individuais dos pacientes na tomada de decisões clínicas. Cada paciente é único e pode ter prioridades e preocupações diferentes em relação ao seu tratamento e cuidado de saúde. Portanto, os profissionais de saúde devem:
    • Envolver o Paciente na Tomada de Decisão: Isso implica em comunicar as opções de tratamento, os riscos e benefícios de cada abordagem e considerar ativamente as preferências do paciente.
    • Tomada de Decisão Compartilhada: A PBE promove a tomada de decisão compartilhada, onde pacientes e profissionais de saúde trabalham juntos para escolher o tratamento mais apropriado com base nas evidências clínicas e nas preferências do paciente.
    • Respeitar a Autonomia do Paciente: Os pacientes têm o direito de recusar ou optar por tratamentos com base em suas próprias crenças e valores. Os profissionais de saúde devem respeitar a autonomia do paciente, desde que suas decisões estejam informadas.

    Integrar as preferências do paciente na tomada de decisões clínicas não apenas promove uma abordagem mais centrada no paciente, mas também aumenta a probabilidade de aderência ao tratamento e melhora os resultados de saúde.

Em resumo, a Prática Baseada em Evidências (PBE) é uma abordagem na área da saúde que se baseia na tomada de decisões clínicas conscientes, informadas por evidências clínicas de alta qualidade. Ela é apoiada por um tripé que inclui pesquisa clínica de alta qualidade, conhecimento do profissional e consideração das preferências do paciente. Ao seguir esse modelo, os profissionais de saúde podem oferecer cuidados mais eficazes e personalizados, alinhados com as melhores evidências disponíveis e as necessidades individuais de cada paciente.

 


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