Como validar os efeitos do Yoga
Vou aproveitar que você veio aqui ver eu passar frio na banheira de gelo e contar um pouco do meu caminho.
Em diversos aspectos o banho de gelo e a minha história se parecem. Desde cedo entendi que sem a coragem de dar o primeiro passo é impossível alcançar grandes objetivos e se você está diante de uma situação adversa como a possibilidade de, pela primeira vez, mergulhar seu corpo numa água extremamente gelada você precisa estar determinado a encarar uma experiência nova que pode ser extremamente dolorosa.
A vida me ensinou que se expor a situações de desconforto é essencial ao desenvolvimento pessoal. O desconforto nos ensina a lidar com as frustrações e ao longo de qualquer jornada, digna de ser chamada de jornada, a frustração sempre será uma constante. Aprender a lidar com as frustrações é a única forma de persistir para alcançar algo difícil de ser atingido.
Quando eu tinha uns 15 anos, comecei a me interessar em como poderia usar “o poder da mente” para melhorar minha performance nos esportes, tal como acertar mais lances livres no basquete. Entendi que se tivesse controle dos meus pensamentos, conseguiria domar mais variáveis de qualquer tipo de jogo.
O primeiro livro que li sem ser obrigado pelo colégio foi “O Mundo de Sofia”, um livro de iniciação filosófica que abriu minha visão para a vastidão de conhecimento que existe no mundo e que eu não fazia ideia. Esse livro me fez perceber que determinados conhecimentos eu não iria aprender na escola e nem na faculdade.
Quando eu tinha 17 anos, o Yoga surgiu como um caminho para um desenvolvimento integral que eu vinha buscando. Eu era um entusiasta de todos os conceitos que aprendia no Yoga. Gostava de tudo do Yoga.
Depois de 20 anos ensinando Yoga, percebi que, apesar das melhorias que as práticas de Yoga me proporcionaram, havia questões centrais nos ensinamentos do Yoga que, mesmo sendo inquestionáveis dentro da visão do Yoga Tradicional, mostraram-se inconsistentes quando passavam pelo escrutínio da Ciência.
Os exercícios pareciam produzir efeitos, mas a forma como eles eram explicados pareciam estar desatualizados levando em conta o que sabemos hoje sobre o funcionamento das leis da Natureza.
Comecei a ficar incomodado com alguns conceitos do Yoga que são impraticáveis. Vejamos o exemplo de um tema que é vendido em Cursos de Yoga – O equilíbrio dos chakras. Existem centenas de cursos prometendo técnicas que equilibram seus chakras, alguns prometem inclusive que se você requilibrar o chakra da base da coluna você terá prosperidade financeira. Esse é o tipo de promessa que não cheira bem para quem desenvolveu senso crítico, mas no meio do Yoga você encontra essa e outras do mesmo estilo em todas as partes.
Quando comecei a entender como funciona o Método Científico, naturalmente comecei a questionar se os conceitos do Yoga poderiam ser considerados científicos. Para isso é preciso responder questões como
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É possível medir de forma confiável o equilíbrio dos chakras?
A resposta dos professores que vendem cursos para equilibrar chakras é que você deve fazer uma auto observação para avaliar o seu equilíbrio.
Embora eu considere a auto observação essencial para o bem viver, não podemos contar apenas com a auto observação para diferentes problemas do nosso corpo tal como a detecção de doenças como o câncer e tantas outras. A auto observação é uma evidência fraca, pois ela pode estar recheada de fatores confundidores.
Dentro do método científico o relato de uma sensação por somente uma pessoa é considerado uma evidência que não pode ser considerada para uma intervenção eficaz. No caso dos chakras é ainda pior, pois não existe a possibilidade de determinar o que seria um chakra equilibrado o que inviabiliza a medição.
Para afirmar que é possível requilibrar um chakra é preciso algum tipo de medidor que independe da percepção da pessoa, tal como acontece em qualquer exame de órgãos. A medição do chakra precisa captar informações através de imagens e números. Uma vez que se tem dados confiáveis em mãos é que se pode indicar intervenções com precisão.
Outro conceito do Yoga que me incomodava demais é a promessa da Libertação Completa do Sofrimento. Essa promessa possui inclusive um nome dentro do Yoga, “Kaivalya”, a Libertação ou Desprendimento. Para atingir o estado de plena contemplação em que o mundo não afeta mais as emoções do yogin busca a parada dos pensamentos (samádhi).Quando o pensamento para, a ilusão cessa e o yogin se liberta.
Existe um problema central nessa promessa – os gurus que prometem isso se esqueceram de combinar com a Biologia.
Sistemas biológicos possuem o mecanismo da dor como forma de proteção, a eliminação do sofrimento seria prejudicial para o ser vivo, pois ele se colocaria em situações de muito risco. A dor e a angústia são proteções à vida.
Essas sensações podem ser melhor reguladas?
As evidências mostram que sim, mas não totalmente equilibradas ou eliminadas, tal como é a proposta de Kaivalya.
Se queremos ser coerentes com o que estamos conseguindo comprovar sobre o funcionamento da Natureza sem negar o conhecimento científico que viemos acumulando nos últimos séculos, é preciso uma Nova Abordagem no Yoga. Uma nova forma de explicar como os mecanismos do Yoga funcionam, porque funcionam e até quanto podem funcionar.
Minha proposta para isso é apresentar os mecanismos pelos quais as técnicas do Yoga funcionam fundamentado na Neurociência, chamamos isso de YOGA 3.0.
A Neurociência é um conhecimento multidisciplinar que abrange áreas da Ciência como: física, química, biologia, anatomia, filosofia, psicologia e inteligência artificial. A Neurociência estuda como o cérebro funciona e como ele influencia o funcionamento de todo o corpo através do Sistema Nervoso. A Neurociência tem desenvolvido equipamentos que acompanham a atividade do cérebro em tempo real e com isso tem feito descobertas incríveis sobre o comportamento humano.
Se você gostou dessa história e quer saber mais sobre como o Yoga pode ser explicado a partir da Neurociência, comenta DEGUSTAÇÃO que vou enviar por mensagem um link para uma aula degustativa.
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